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As conseqüências da gravidez na adolescência vão além do físico. Ela abrange situações psicológicas, emocionais, sociais e educacionais.
Este tipo de situação está piorando a cada dia, especialmente nas regiões mais deprimidas do planeta.
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E esta realidade é o tema central do novo filme da escritora e cineasta espanhola Pilar Palomero, que estreou no dia 18 de novembro.
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O menino que descobriu o vento
Após o grande sucesso de seu trabalho “Las niñas”, a Zaragozan Pilar Palomero continua a subir em sua carreira com seu segundo longa-metragem O Maternal.
Uma história crua e super-realista na qual ela nos mostra como é difícil para uma jovem garota enfrentar uma situação tão complexa.
A complexidade vem da necessidade de se tornar um adulto da noite para o dia.
O drama
Maternal é a triste história de Carla, uma adolescente de 14 anos que vive com sua mãe.
Ambos moram em um antigo restaurante abandonado à beira da estrada, ao lado do bar onde ela trabalha na periferia da cidade.
Carla tem um temperamento bastante incontrolável, ela é egoísta, desobediente, desavergonhada, irascível e constantemente deixa sua raiva sair em tons ameaçadores.
Carla é criada por sua jovem mãe solteira, que acha quase impossível controlar sua filha irreverente.
A menina raramente freqüenta a escola, passando a maior parte de seu tempo com seu amigo íntimo Efrain, com quem ela constantemente argumenta.
Quando a assistente social percebe que Carla está grávida de cinco meses, ela acha difícil considerar a opção do aborto.
Assim, ela a admite em “Maternal”, uma espécie de centro para mães adolescentes em situações semelhantes.
Uma vez terminada a gravidez, ela se encontra na posição de ter que realizar a difícil e complicada tarefa de cuidar do bebê como o resto de seus colegas de classe.
Uma tarefa que sabemos não ser fácil, e que produz distúrbios emocionais, rejeição social e uma grande responsabilidade.
Com muito poucas habilidades, frágil e imatura, ela tenta encarar sua nova vida da melhor maneira possível sob a supervisão dos adultos do centro.
O que esperar do filme
Maternal não é um longa-metragem de entretenimento que aposta em um final feliz, na verdade, não tem final.
É um conjunto de fragmentos de vida, drama de meninas marginais comuns, cujos caminhos são bastante complicados.
A obra da autora Pilar Palomero conta a realidade do dia-a-dia atrás das portas dos abrigos para adolescentes grávidas.
Histórias de relações sexuais prematuras, abuso sexual, maus-tratos, educação em ambientes hostis onde o afeto, a repressão das emoções e a comunicação estão em grande parte ausentes.
O filme ignora vários dos momentos básicos da gravidez, como o momento do parto, a fim de dar mais atenção a aspectos que talvez sejam mais relevantes.
Tais como a falta de educação sexual, o aborto, a relação com seus pais e parentes, o fato de a sociedade se destacar deles e abandonar a escola.
O filme estreou no Festival de San Sebastian onde a atriz Carla Quílez recebeu a Concha de Prata de Melhor Atriz Principal.
Disponível nas salas de cinema.
Conhece mais do filme aqui.